A China fez uso das Olimpíadas como uma festa de debutante. Tal como uma jovem adolescente no moderno cenário mundial, a população chinesa estava ansiosa e cheia de expectativas; planejou, preparou meticulosamente e realizou uma maravilhosa festa nas cerimônias de abertura e encerramento, assim como executou com afinco sua performance desportiva.
Claro que a China convive com enormes desigualdades, bem como um limitado acesso à informação e pouquíssima liberdade de expressão e escolha política. No entanto, é bastante claro que a grande maioria do povo chinês em geral apóia este enorme esforço coletivo de modernização, visando atingir um melhor nível de vida para sua população, bem como uma posição de liderança no mundo. O número de medalhas alcançadas mostra claramente que, pelo menos no esporte olímpico, eles têm conseguido um lugar entre os líderes mundiais!
Uma pergunta que vale ouro; o Brasil deveria imitar esse investimento no esporte? Será que tal investimento faz sentido em termos econômicos, políticos e sociais? É evidente que não, se for um sucesso medido pelo número de medalhas de ouro conquistadas. Mudaria alguma coisa se o Brasil, em vez de escassas 15 medalhas ( 3 de ouro), houvesse alcançado 20 medalhas de ouro? Á primeira vista, a resposta simplista é um sonoro “não”.
Mas imagine por um instante se esportes em geral, fossem verdadeiramente valorizados. As nossas empresas, o Governo e a sociedade investiriam muito mais na preparação esportiva de nossos jovens. Teríamos então milhares, não, milhões de jovens aspirantes a atletas olímpicos; as 4 a 6 horas diárias de estudo seriam complementada por 2 a 3 horas de atividades esportivas todos os dias, e os nossos jovens teriam menos tempo para drogas, criminalidade e para a passatempos tolos; aprenderiam de maneira prática sobre valores como a persistência, a determinação, e a importância de treinar e da melhoria constante. Iriam aprender sobre trabalho em grupo e responsabilidades individuais, e iriam aprender a respeitar a competência a serem mais competitivos. Aprenderiam a vencer com elegância e a perder lutando de forma honrada. Com uma forte cultura desportiva, prepararíamos mais e melhores líderes e melhores equipes; teríamos uma população mais ativa e saudável (com menos fumantes!), e nosso país seria mais reconhecido internacionalmente e projetaríamos uma nova e positiva imagem de um aspecto adicional da cultura e das pessoas do nosso País.
É portanto muito claro, que uma vez que formos além de uma simples análise de custo benefício que analisa apenas o custo um estádio versus o valor dos ingressos vendidos, vamos perceber que o desenvolvimento de uma forte cultura desportiva juntamente com a educação pode ser uma força fundamental para estabelecer uma sociedade melhor.
Parabéns à China pela sua festa olímpica!
James Wright
Diretor, FIA Escola de Negócios
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